sábado, 26 de agosto de 2017

Análise do conto "A terceira margem do rio", de Guimarães Rosa



Quiçá, quem nunca pensou uma vez na vida de se refugiar de tudo e de todos? Acredito assim, que o pai precisava de um encontro consigo; precisava encontrar-se. Como diz a música do Cartola: "Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar." Posteriormente, em outro trecho da música ele elucida:"Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar, depois que eu me encontrar".

Eis que, vem à ideia de que o pai, estava procurando o mistério da vida (existência); o porquê de está na terra. Mas também, quando vamos de encontro ao mistério, e ao verdadeiro sentido vital. Logo, somos denominados de loucos. Enquanto, muitas pessoas não tem coragem de aprofundar- se nessa coisa desconhecida, como escreveu Clarice Lispector: "Ah, milhares de pessoas que não tem coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz, e preferem a mediocridade. "

Portanto, no final do conto nos deparamos com uma das passagens mais linda do livro: o filho vai de encontro ao pai, dizer que permanecerá em seu lugar, porém o seu progenitor comunica-se com seu oriundo, de tal forma que,  o mesmo vê-se perplexo e sem coragem para seguir em frente e foge. Por conseguinte, pensei que o pai estava tão junto ao mistério que transmitia uma luz tão grande que o filho não teve coragem de permanecer muito tempo perto do mistério, já que, naquele instante o pai não era mais  o pai, pelo contrário, era o rio; o mistério das águas do rio.

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