quarta-feira, 20 de abril de 2016

06 mulheres belas, recatadas, e do lar da literatura que você precisa ler

Para as mulheres belas, recatadas e do lar esse post no blog vai ser especial, pois é um post atípico. Como vocês sabem só posto dias de sábado, mas como esse assunto mexeu comigo e com muitas mulheres ao redor do Brasil, resolvi colocar a minha opinião a respeito.

Tudo começou quando a revista Veja fez uma notícia a respeito da mulher de Michel Temer com o título "Bela, recatada e do lar". Essa notícia mostrou como a mulher deve ser segundo a visão do machismo. Uma coisa que não engulo independente de ser homem, é impor alguém um padrão pré-estabelecido, fazendo assim uma pequena lavagem cerebral para que tal pessoa siga aquilo a risca como um bicho domesticado.

A única sensação ao ler essa notícia foi de nojo, e depois de tristeza, pois fiquei sabendo que foi escrito por uma mulher essa notícia. Que ironia, não é mesmo?

Quem quiser saber mais sobre, se quiser, é claro, leia na integra, e veja como aquela notícia parece ser de um jornal de alguns séculos atrás. Se acaso não tiver paciência para tamanha falta de pudor, aconselho a você a conhecer 06 mulheres belas, recatadas, e do lar da literatura.

Nada melhor do que começar com uma mulher que é digna de tal título: a Simone de Beauvoir. Essa mulher que desde cedo foi a favor da liberdade feminina, tinha na raiz da sua força aquilo que podemos  chamar de feminino, em meio a tanta masculinidade que havia na época. Foi uma guerreira para quebrar as amarras que estavam presas a mulheres naquela época, como a questão do casamento, do aborto, e do adultério. Nasceu em Paris, dia 9  de janeiro em 1908, e morreu em 14 de abril de 1986.



"O fato de que sou escritora: uma mulher escritora, não uma dona-de-casa que escreve, mas alguém cuja existência, em sua totalidade, é comandada pelo ato de escrever."




Uma escritora que foi além das linhas, das palavras, da escrita. Caminhou sobre aquilo que estava ao seu redor, com apenas uma pena, e fez da literatura uma forma de fuga, de abrigo. Ela é a Virginia Woolf que nasceu em 25 de janeiro de 1882. Tinha em si que a mulher  conquistasse o seu lugar no mundo do trabalho, sendo que naquela época, e ainda é muito difícil de uma mulher conseguir o seu espaço no mercado de trabalho, mas há muitos exemplos de vitorias.
Fez um livro de ensaios intitulado "Profissões para mulheres e outros artigos feministas". Embora há nos seus livros de ficção grande força do feminismo em suas personagens.
Virginia Woolf  suicidou-se em 28 de março de 1941.



"Mais uma vez me sinto imune, de pés no chão, uma lutadora."
            

Não há nada mais legal de que conhecer escritoras brasileiras que são belas, recatadas e do lar, como a amada Clarice Lispector, que fez com que eu me apaixonasse cada vez mais pelo fluxo de consciência e pelo feminismo. Não tenho muito o que dizer sobre esta escritora, sendo se eu dizer demais acabarei por me embaraçar e entrarei em delírio por não saber colocar em palavras tamanha grandeza de uma mulher, ser humano, que existiu na face da terra. Ela nasceu em 1920 na Ucrânia no dia 10 de dezembro, e veio a óbito em 1977.

-"Porque há o direito ao grito. Então eu grito."           

E foi por intermédio da Clarice Lispector que conheci a Lygia Fagundes Telles, uma exímia escritora brasileira que escreve como se estivesse dançando com as palavras, e fizesse das palavras melodias que fazem nós (os leitores) cair em imensa alegria, e por vezes em imensas tristezas. Lygia pinta um viés muito bem  sobre o feminismo dentro do seus personagens, e é seu dever querido leitor, tirar camada  por camada e descobrir que dentro das personagens que ela cria tem a essência da mulher brasileira, e guerreira. Lygia nasceu em São Paulo e vive ainda nesta cidade que não se apaga.




"Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas."



Tenho que falar da mulher dos olhos de mar, pois quando você a vê sente uma dádiva chamada: tranquilidade. Não há ainda pessoa que represente em formas de letras, e vírgulas o poder da psique de uma mulher, que está a cada dia se reinventando, e criando mais armas, e flores para combater aquilo que é imposto a ela. Lya Luft nasceu em Santa Cruz do Sul, e vive atualmente como colunista da Veja.


Sou boa sou má, sou verdadeira sou desonesta, sou lúcida sou louca, cresço ou permaneço, amo ou abandono, ajudo ou torturo - e assim, com o leque das possibilidades, me foi dado o tormento das opções. 


Sempre pensei que a literatura contemporânea não é tão boa quanto os clássicos, e é que eu me surpreendo.Uma escritora, jovem, e vivaz pelos sabores das coisas da vida. Ela é a Yohana Sanfer, que escreve sobre o sentir, o tocar, o pensar de uma mulher que há no sorriso de uma menina. 




"Não sei se viro menina, se viro mãe, se viro todas. Se viro artista, se viro vento, ou viajante. Viro santa ou viro doida. Quem sabe viro onça. Viro a mesa, viro o jogo, viro a página, viro a vida do avesso e viro outras. Sim, eu me viro."


Para vocês que se interessaram por essas amadas mulheres que são empoderadoras, e quer ler as obras delas eu indico algumas:

Orlando, Virgnia Woolf
da boca pra dentro, Yohana Sanfer
Aprendendo a viver, Clarice Lispector
A convidada, Simone de Beauvoir
Perdas e Ganhos, Lya Luft
A disciplina do Amor, Lygia Fagundes Telles

Essas  são as 06 mulheres belas, recatadas, e do lar da literatura. Embora há várias outras escritoras que não citei que são maravilhosas. E você, qual a sua opinião a respeito? E você já leu sobre alguma escritora acima? Se sim, deixe nos comentários. Quero ouvir os seus pensamentos!!




4 comentários:

  1. Grandes mulheres. Como eu sou. Como sua mãe é. Como suas irmãs (se as tem) devem ser. Eu, elas, e todas as mulheres, sentimos ao longo da vida aqui e ali que ser mulher te torna um pouco menor. Há episódios disso, sim. Mas, sabe, não senti o artigo como uma apologia e, sim, como a descrição pura e simples da personagem. E deu este entrevero todo. Já viu se ela fosse do tipo mulher fatal e piriquete? Que tipo de texto daria? Que tipo de comoção teria dado? Gostei muito da tua publicação. Muito sensível. Escolheu grandes nomes. Também escrevo e gosto de poesia.

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    1. Concordo, todas as mulheres são maravilhosas, por isso temos que respeita-las. Independente de ser "piriguete", temos que respeitar, pois a parti do momento que a mulher tem o discernimento, ela escolhe o lugar mais adequado, e a forma mais agradável de ser viver.
      Que maravilha que você escreve! Depois me manda algum escrito seu via e-mail que estarei lendo. E obrigado por gostar da publicação, embora haja tantas outras mulheres da literatura que não cite que são exímias no que fazem. Como a Cecília Meireles, Cora Coralina, Lygia Bojunga, etc.

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  2. O fato é que ainda recebemos "conselhos" de como e o que devermos ser. Me flagrei aos 30 repetindo um monte de conceitos que não são meus. Estou experimentando só agora essa liberdade de escolher meu caminho. E estou adorando! Espero que nós mulheres comecemos a fazer este exercício mais cedo. Recatada deve ser uma questão de personalidade e não um molde.

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    1. Olá, Suzane. Fico muito feliz que você está aproveitando a sua liberdade enquanto mulher. E nunca é tarda para começar a ter liberdade do pensamento. Eu sou homem, mas dou muito apoio as feministas. E estou cada dia mais lendo sobre o feminismo, e estou vendo como tem pessoas em pleno século XXI que são tão machistas.
      Muito obrigado pelo seu comentário. Volte mais vezes. Beijos!

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