domingo, 11 de agosto de 2019

Flush, uma biografia, Virginia Woolf




Título: Flush, uma biografia
Escritora: Virginia Woolf
Editora: Autêntica
Páginas: 113


Sinopse: Um cão - um cocker spaniel para ser mais preciso - e uma poeta se encontram. E depois de uns mal-entendidos acabam se entendendo. Mas tem uma tragédia no meio: um dia, o cão é...bem, não vamos estragar a história. E a poeta se apaixona. Por quem mais? Por um poeta. E depois? De novo: não entregar o jogo. O fato é que acabam na Itália. Os três: Elizabeth, Robert (os poetas) e Flush que este era o nome do nosso herói. Ali, os poetas poetavam e se amavam. Flush, este, flanava pelas ruas ruas de Florença, que era onde moravam, sorvendo-lhe os doces aromas e correndo atrás das cadelas florentinas. E mais não contamos, que para isso servem os romancistas. Mas uma coisa é certa: Flush era um amor de cão. E Flush é um amor de livro. Você vai amar os dois".


Mais uma vez estou cá no blog falando sobre Virginia Woolf, agora é sobre uma biografia, no entanto, não convencional, pois é uma biografia de um cão denominado, Flush que tem um ar de aristocrata, de burguês, da melhor estirpe que você possa imaginar. É criado por uma escritora que escreve poemas: srta. Barret da qual no começo do livro tem uma passagem mais maravilhosas que se possa imaginar de amor entre um cão e uma mulher poeta, as diferenças e as semelhanças que os unem tão calorosamente:

"Estavam ambos surpresos. Pesados cachos pendiam de cada lado do rosto da srt. Barret; olhos grandes e brilhantes cintilavam; uma generosa boca esboçava um sorriso. Pesadas orelhas pendiam de cada lado do rosto de Flush; seus olhos também eram grandes e brilhantes; sua boa era larga. Havia uma semelhança entre eles. Enquanto se olhavam ambos sentiam. Aqui estou - e depois sentiam: Mas que diferença! O dela era o rosto pálido, cansado de uma inválida, isolada, do ar, da luz, da liberdade. O dele era o rosto  rosado de um animal jovem; cheio de saúde  e energia. Seres à parte, feitos contudo do mesmo molde, era possível que cada um completasse o que estava dormente no outro? Ela podia ter sido...tudo aquilo; e ele... Mas não. Entre eles se interpunha o maior dos abismos que pode separar um ser de outro. Ela falava. Ele era mudo. Ela era uma mulher, era um cão. Assim estreitamente unidos, assim imensamente divididos, eles olhavam um para o outro. Então, de um só pulo, Flush saltou de cima do sofá e se deitou onde ele iria se deitar para daí em diante - na manta aos pés da srta. Barret." que incrível esse parágrafo, né? Totalmente surreal!

Ao decorrer do livro Virginia Woolf vai entrando dentro psicológico do cão, dentro da alma dele, dos seus sentimentos, pois sim, é uma vida da qual merece ser contada e minuciosamente detalhada os cães que tantas das vezes são maltratados e as pessoas os tratam com tanta indiferença mesmo quem os cria. Chegou um momento do livro em que srt. Barret estava distanciando-se de Flush, do qual, sentiu imensa tristeza e abandono de sua dona. Depois tem uma reviravolta que desestabiliza a relação entre o cão e a mulher.

Acabei o livro querendo ter um cachorro, sempre quis, um  dia vou ter e vou cuidar dele como um filho. Achei genial a ideia de Virginia Woolf fazer uma biografia de um cão. O livro me remeteu ao filme "Para sempre ao seu lado", que tem como foco a vida de um cachorro da raça Akita e que vive sempre com o seu dono; o professor universitário, é bem lindo o filme também recomendo!

Por fim, quero dizer que a leitura é de fácil compreensão e maravilhosamente bela do começo ao fim, embora, a crítica considere um dos menores livros de Virginia Woolf, porém, ao meu ver é um livro que todo mundo deveria ler ao menos uma vez na vida. Eu, no entanto, já quero relê-lo quantas vezes me forem permitida. Leiam este livro! Leiam Virginia Woolf!



 

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