segunda-feira, 9 de maio de 2016

Adriana Calcanhotto: a poetisa da música popular brasileira





Não há nada melhor do que misturar poesia com música brasileira, não é mesmo? Poesia por si só já é bela, mas quando acompanhada por uma melodia fica esplendorosa. É indiscutível o poder acalmador e quimérico que a poesia faz dentro da nossa alma, e além do mais é totalmente rápida a leitura dela para quem tem preguiça de ler livros imensos, e sendo assim, tenho que apresentar uma cantora que é pura poesia em todos os sentidos da palavra. É a Adriana Calcanhotto.

Adriana Calcanhotto dos "olhos de onda" do Rio Grande do Sul é um talento da atualidade. Não tem como falar de MPB contemporanea sem citar a Adriana. O estilo musical dela é uma mistura de bossa nova, jazz, samba, e muita poesia.

Dentre muitas canções em que a mesma cria, ela canta poesias de poetas consagrados como: Waly Salomão, Vinicius de Moraes, Ferreira Gullar, entre outros. Cabe dizer que quem não conhece essa artista da atual música brasileira está perdendo em cheio com a docilidade da sua voz, e a sua interpretação que é tremendamente bárbara.

Muitos dizem que a música popular brasileira está decaindo, mas eu acho que não, pois a cultura musical de massa está mais abrangente do que aquelas que tem algo a dizer de verdade. É triste dizer que pessoas como Adriana são pouco reconhecidas no cenário brasileiro, porém no exterior há muitas pessoas que gostam da música dela.

Embora haja muitas pessoas que torçam o nariz dizendo que não pode-se juntar literatura com música. Na minha concepção mistura de arte com a arte, resulta apenas em mais arte, e em mais amor, vocês não concordam?

Depois de dizer tanto, é a hora de vocês conhecerem uma música dela que divina. Deixarei a letra, e o vídeo clipe abaixo. Se deliciem com essa maravilha de mulher, e de música!


Esquadros

Eu ando pelo mundo prestando atenção 
Em cores que eu não sei o nome
Cores de almodóvar
Cores de frida kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Ah! Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto 
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto pra quem?

Pela janela do quarto 
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle




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